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Dez18
Saudades de tempos idos
Não me interpretem mal. Qualquer mãe que já passou por isto compreende o que eu quero dizer.
É um orgulho ver o nosso filho ser independente nas idas à casa de banho e é super engraçado ver aquele rabito a abanar sem o papo, mas porra, a verdade é que as fraldas davam mesmo jeito!
Na passada sexta-feira fui levar o mano mais velho a casa dos avós. Chovia e o trânsito estava um terror. Só para chegar à autoestrada demoramos uma eternidade. Mal consigo entrar na auto-estrada e começo a acelerar, ele pede para fazer chichi.
Merda.. "espera só um bocadinho até chegar a área de serviço".
Sai do carro, mete o gorro que está chover, faz chichi atrás de uma roda de um carro qualquer.. o rapaz é tímido e diz que assim não consegue mas lá o convenci a fazer chichi a apontar para uma coisa que está no chão e que lhe chama a atenção.
No sábado fomos comprar a prenda de anos para o pai. Centro comercial parece o verdadeiro inferno com o Lucifer à espreita. Mal conseguimos entrar na loja e pedimos ajuda a uma empregada, o pequeno percebe que a bexiga está cheia e que precisa de ir à casa de banho. Peço à empregada para esperar e vou em sentido contra-corrente até à casa de banho. Felizmente existe uma sanita para crianças e posso passar a fila de gente que está à espera para mijar. Segurar os sacos na mão, os casacos e a carteira, evitar que tudo caia ao chão, e finalmente baixar as calças ao rapaz para ele fazer o seu chichizinho.
A seguir fomos à festa de Natal do trabalho. Aquilo tinha um lanche muito saudável e muito bom para os intestinos, tanto que o meu filho quis fazer cocó três vezes. Desta vez não havia sanita para os pequenos, pelo que o cenário foi bem pior. O compartimento da casa de banho não tinha cabides, então não tive outro remédio senão segurar nos casacos, no saco da prenda do pai, na carteira e ao mesmo tempo forrar a sanita. No meio disto tudo, o miúdo esfregava as mãos nas paredes e na porta. Devia achar que precisávamos de uma visita de mais algum vírus lá por casa, parece que ainda não tivemos suficiente este outono. Digo-lhe para se segurar em mim, mas nos cinco minutos que demorou a fazer cocó teve aminésia umas trinta vezes e colocou as mãos na sanita para se equilibrar. Eu tive outros tantos ataques de ansiedade e comecei a sentir comichões pelo corpo todo. Lá terminamos a saga, limpamos o rabo e começou então a correria atrás do garoto pela casa de banho para o segurar e lhe lavar as mãos. Mais outro filme para pegar nele ao colo, segurar nos casacos, na prenda, na carteira e esfregar as mãos sem lhe dar um banho com a torneira que espirra por todo o lado.
Perante esta reflexão, digam lá se a porra das fraldas não davam um jeitão...
*Imagem retirada do Google