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A galinha da vizinha

A galinha da vizinha

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29
Mar19

Desfile galináceo

Gostaria de comprar alguma roupa para a nova estação. Umas partes de cima e uns vestidos talvez. E então decidi fazer este post.

 

Olhem para mim a ser uma fashion adviser.

 

Num momento de pura loucura abri uns sites de roupa daquelas lojas que toda a gente conhece e que seguem as tendências mais atuais da moda. Pensei eu que era uma pessoa normal, com um gosto assim para o básico, mas estava redondamente enganada.

 

Para vestir a roupa que se apresenta nesta coleção, primeiro tenho que encontrar umas trombas iguais às das modelos destas lojas, e um cabelo comprido e penteado com óleo de coco (cheira melhor que o óleo fula e assim sou mais fit), com a franja a cair nos meus olhos.

 

Se não, assistam só a este desfile de caras lindas:

 

cara.jpg

Sobre a roupa...

Bem, não sei o que dizer. É que ainda não escolhi se devo unir-me à moda de vestidos que mais parecem uma collant a subir pelo corpo acima, ou à da camisa do marido a esconder as minhas nádegas, ou ao blazer que dispensas calças, ou à camisa de noite de núpcias.

 

vestidos.jpg

 

As partes de cima são assim a modos que um pouco sonsas, umas curtas demais, outras largas demais, outras não se sabe onde acaba o tronco e começam os braços, outras cabiam nas bonecas Nenuco da minha infância...

 

camisas.jpg

 

Estou a ter um discurso a mulher de idade avançada, da era anterior? Jovens que por ai andais, a serio que vocês gostam desta moda?

 

Mas será que não vou arranjar uma porra de uma roupa para vestir com este solzinho? O ano passado por esta altura estava grávida, o anterior estava a recuperar de uma gravidez, o antes do anterior estava grávida again... Queridas lojecas, o meu guarda-fatos não se prepara em modos para a primavera/verão há quatro anos. Peço-vos encarecidamente que tenham piedade de mim e que deixem esta moda macaca que não fica bem em corpo nenhum!

galinha.JPG

Muito agradecida.

 

P.S. Por favor não me processem por estas imagens, foram copiadas dos mais atuais sites dos gurus da moda (Zara, Stradivarius, Pull&Bear, H&M... ) e apresentadas com o maior dos carinhos. Sou uma pobretanas que gasta o ordenado em fraldas, leite, papas e soro para narizes ranhosos, não tenho tostões para advogados e tribunais. 

 

 

 

28
Mar19

Próxima candidata a boa samaritana

E eis que tenho andado um pouco ausente...

 

Só para verem o meu grau de cansaço, às 10h35 da matina já ia no terceiro café. Então fazer a viagem de manhã com o sol a nascer a bater no focinho, o calor que se faz sentir e as vozes da rádio a embalar-me, tem sido assim qualquer coisa de outro mundo. Às vezes chego ao trabalho e nem sei bem se fiz a viagem ou se fui teletransportada.

 

Mas hoje o tópico não são as minhas noites merdosas. Hoje o tópico é esta leveza que se faz sentir após ter doado quatro sacos grandes de brinquedos, mais outros tantos de roupa, produtos de higiene e por aí fora. 

 

Desde que se deu o desastre em Moçambique que tenho pensado em ajudar. Sei que há muita pobreza e desgraça no mundo, sei que não é preciso ir tão longe. Mas a aflição que sinto quando penso naqueles meninos, que já por si tinham uma vida desgraçada, e ficaram agora sem menos de nada e sem família, já me tinha levado a pensar que queria contribuir de algum modo. Para além disso os meus antepassados vieram todos de Moçambique e sinto algum carinho pelo lugar e pelas historias que ouço de lá, apesar de nunca lá ter estado.

 

Com receio de enviar coisas que fossem cair nas mãos erradas, andei a protelar a ajuda. Esta semana uma colega de trabalho enviou um e-mail com um pedido feito por uma associação com quem costuma trabalhar, e decidi então avançar. Ontem fui às compras e trouxe alguns dos artigos que pediam no e-mail. Depois cheguei a casa e comecei a pensar em todos os brinquedos, roupas e afins de bebé que lá tinha e que já não precisava.

 

Normalmente sou desapegada dos bens materiais e não gosto de guardar coisas. Se não serve ou não se usa, bye bye que se faz tarde. Costumo entregar numa casa de acolhimento para mulheres que estão a ser vitimas de violência domestica e que lá são acolhidas temporariamente com os filhos, pelo que já não tinha grande coisa em termos de roupa para entregar. Tinha sim alguns produtos de higiene para bebés, visto que o meu filho é esquisito e tivemos que andar a doar órgãos para comprar e testar os produtos disponíveis na farmácia até acertar com um.

 

E brinquedos, amigos, brinquedos... Ai mãezinha tanta coisa que lá andava sem ser usada. O pimpolho mais velho gosta de brincadeiras físicas, bicicletas, trotinetes, carros, corridas, bolas... O mais novo gosta de tudo menos brinquedos: tupperwares, colheres, tachos, comandos, telemóveis....

 

É obvio que não desalojei todos os brinquedos que eles tinham, mas posso considerar que fiz uma grande limpeza. A maior parte dos brinquedos de bebé foram embora, pois não conto ter mais nenhum bebé a rondar a minha sala (pronto, podem ser sobrinhos, mas esses são em part-time). Tendo em conta a quantidade de peluches que recolhi e que vou enviar, em breve a associação faz mas é um apelo para não enviarem mais daqueles bichos peludos. Ainda hoje estou para conhecer uma criança que goste de ter vinte peluches e que brinque com eles! Expliquem-me senhores, expliquem, quem é que alguma vez gostou de brincar com peluches? Se calhar eu e os meus filhos é que somos estranhos.

 

Mas isto tudo para concluir que adoro estas limpezas, sentir a casa e o arrumo mais leve, tudo organizado e a fazer mais sentido (sim, guardar coisas desinteressantes para mim não faz sentido). Espero que estes bens cheguem às mãos destes pequenos que tanto precisam de ajuda e que tenham um futuro mais promissor que o que teriam em minha casa.

 

E que estas desgraças acabem e que nunca tenha que viver algo assim. E mais não digo.

 

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21
Mar19

Querias uma manhã tranquila, era?

Depois de acordares trezentas e doze vezes de noite, e sonhares mil coisas nos poucos intervalos que dormes, o teu pequeno acorda-te todo cagadinho, a cheirar mal e a chamar por ti.

 

Mal consegues abrir os olhos, mas lá te levantas para tentar silenciar o mais novo e evitar que o mais velho acorde tão cedo.

 

Limpas a cagada, das leite e entretanto aparece o irmão mais velho. Olhas para o relógio e começas a ficar ansiosa com as horas.

 

Vão os dois para a sala destruir tudo enquanto vais buscar a roupa para os vestir. O mais novo parece um contorcionista de circo enquanto tentas enfiar as calças. Para conseguires enfiar os braços na camisola tens que o por de pé a brincar com o mano no sofá. Olhas para os olhos dele e pensas que tens que ir buscar uma compressa para limpar as remelas, mas entretanto ele cai e começa a chorar e as lágrimas tratam do assunto.

 

E por estar hora 100 kcal já foram.

 

Começas a vestir o mais velho. Até se está a portar muito bem. Tiras camisola do pijama, vestes camisola do fato de treino. Tiras calças do pijama e pões as meias. Espera lá, onde estão as cuecas? Tinhas trazido tudo para a sala. Olhas para o lado e vês o mais novo com as ditas cujas na boca. Pronto, não faz mal, vestes na mesma que hoje até está calor e se estão um bocado húmidas vão secar rápido certamente.

 

Putos vestidos, começas a sentir aquela vontade de fazer xixi. Pois sim, aguenta lá a pinguinha que não há tempo para isso.

 

Todo o mundo para a cozinha, pão com manteiga para um, pão simples para o outro. Enfias a marmita na mala para o trabalho. Viras costas e vestes a camisola e as calças. Não há tempo para cremes nem maquilhagem, só umas borrifadelas de perfume e uma escovadela nos dentes. Voltas à cozinha após os dois minutos que demoraste a vestir-te. As migalhas de pão que estão espalhadas no chão ofuscam a visão e entras na cozinha com o aspirador em punho qual escudo de proteção.

 

Aspiras chão, aspiras mesa, sacodes miúdos, voltas a aspirar a lixarada toda que caiu da roupa deles. Mandas para a entrada calçar e vestir casaco. Lavas uma maçã e colocas no móvel junto à porta de saída.

 

Ajudas a calçar e vestir casacos, calças os sapatos e entretanto das pelo teu filho mais velho a comer o teu pequeno-almoço. Não faz mal, algo se há de arranjar no trabalho.

 

Entras na garagem, sentas e prendes os miúdos na cadeira. Chegas ao infantário, trocas duas palavras, beijinho, xau, abraço, vens embora. Entras no carro, róis o resto de maça que o teu querido filho te deixou para o pequeno-almoço. Quase tens um ataque de pânico a lembrar-te no estado em que deixaste a casa. Não há de ser nada, logo arruma-se.

 

Relativizas. Inspiras, expiras.

 

Chegas ao trabalho, assentas arraiais e assumes que, neste momento, a tua carreira profissional evoluiu ao ponto de começar diariamente mais ou menos da seguinte forma:

clipart-girl-pee-pants-6.jpg

E andou uma pessoa a estudar para isto...

 

 

19
Mar19

Não querendo ser clichê...

Hoje é dia do pai.

 

E não poderia deixar de homenagear o pai dos meus filhos. É o herói das aventuras deles, é o amigo, companheiro e guia. Hoje tenho a certeza que não poderia ter escolhido melhor.

 

Homem cheio de valores. Com ele aprenderão o caminho da vida, da justiça, da igualdade. Se seguirem os seus passos não me restam dúvidas que se irão tornar homens sábios, valentes e justos.

 

Amigo brincalhão. É o primeiro a fazer asneiras com eles. É um orgulho vê-los no chão a rebolar, na rua a correr, em casa a brincar.

 

Desejo que este dia se repita por todo o infinito, convosco ao meu lado, com amor ilimitado.

 

Para ti, porque mereces, porque és o maior, porque te amo.

 

Contigo, com eles, até ao fim.

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18
Mar19

Que raio de histórias ouviu a geração do meio?

Quando era pequenina, ouvia o conto da Carochinha e do tão ansiado casamento. Se a memória não me falha, era algo deste género:

 

-Quem quer, quem quer, casar com a Carochinha, que é rica e bonitinha?
-Quero eu!
-E quem és tu? – perguntou a Carochinha.
-Eu sou o boi.
-E sabes cantar para me alegrar?
-Sei e muito bem: muh, muh, muh!
-Cantas muito mal! Contigo é que eu não me vou casar!

 

E seguiram-se uma série de pretendentes até chegar o João Ratão.

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O meu pimpolho não conhece ainda a história da Carochinha, mas já lhe contei uma série de vezes o conto do "Cuquedo e um amor que mete medo", que é algo semelhante ao da Carochinha mas desta vez com um bichinho chamado Cuquedo.

 

-Quem quer, quem quer, casar com o Cuquedo que se esconde no arvoredo e prega sustos que metem medo?

Apareceu uma gru a gritar: -Quero eu, quero eu!
-E tu sabes assustar? – perguntou o Cuquedo.
-Claro que sim.
-Então assusta lá! - disse o Cuquedo.
A gru abriu as suas longas asas e grulhou: Gru gru gru.

-Não, não, não... Tu não sabes assustar, não serves para casar!

 

E seguem-se novamente uma série de pretendentes até aparecer a assustadora Cuqueda.

cuquedo.JPG

 

Agora pergunto eu... que raio de história ou conto popular ouviu a geração que me separa do meu filho?

 

Deve ter sido algo do género:

-Quem quer, quem quer, casar com o agricultor que mexe estrume noite e dia e tem uma vacaria?
-Quero eu!
-E quem és tu? – perguntou o agricultor.
-Eu sou a tua lady.
-E diz-me lá, tu sabes de onde vêm as alfaces?
-Sei e muito bem: do Lidl!
-Não, não, não... até tens um cú jeitoso mas contigo é que eu não me vou casar!

 

Ou então algo assim:

-Quem quer, quem quer, casar com o meu filho que faz a depilação a laser e penteia o cabelo fio a fio?
-Quero eu!
-E quem és tu? – perguntou a pretendente a sogra.
-Eu sou a babe para o seu filhote.
-E diz-me lá, tu sabes fazer uma feijoada à moda aqui da Maria Isabel?
-Sei e muito bem: vi todos os programas do Ljubomir Stanisic e os Masterchef edição Espanha e Austrália!
-Não, não, não... tu até és espertinha mas não há feijoada como a da mamazinha!

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14
Mar19

A galinha põe o ovo e o pimpolho papa-o todo!

Grandessíssimos estuporezinhos do marketing dos supermercados, que delineiam as estantes e distribuição dos artigos de acordo com uma série de fatores, entre eles o tamanho dos nossos filhos minions, este post é para vocês.

 

Se fizerem favorzinho, deixem de colocar ao nível dos olhos dos putos merdinhas daquelas que fazem bem aos dentes dos miúdos e às carteiras dos pais.

 

Deixem de colocar carrinhos pendurados em estruturas até ao chão no corredor do azeite, do pão, das fraldas, dos cereais... Se for comprar temperos para a carne assada acreditem que não preciso de nenhum carrinho Hotwheel para dar mais saborzinho ao cozinhado.

 

Deixem de colocar Ovos Kinder em prateleiras de meio metro de altura corredor sim, corredor também. O meu rico filho adora desembrulhar um Ovo Kinder e mordiscar aquilo enquanto andamos nas compras. Normalmente vou a tempo de impedir o estrago, mas ainda há pouco tempo só dei por ela quando o rato já estava todo encolhido ao pé da caixa a roer metade do ovo. Com tanto Ovo Kinder espalhado estou à espera que chegue o dia em que vou a uma casa de banho vossa e que levo com mais uma estante de chocolates ao lado do papel de limpar o rabo.

 

Agradeço também que evitem aquelas mini estantes de três andares com champôs da Patrulha Pata, Super Homem e outras tretas. Vai uma pessoa à parafarmácia deixar meio ordenado em cremes de banho para os putos e depois tem que andar a inventar desculpas para convencer o miúdo a largar uma embalagem do Chase da Patrulha Pata com gel de banho que cheira a bolas de naftalina.

 

Outra coisa que me incomoda assim um bocado são aquelas prateleiras com saquinhos de papa de fruta. Mas será que o meu filho é o único que quer comer uma coisa daquelas sempre que vamos às compras? Penso que é do entendimento de todos que me irrita profundamente pagar o saquinho vazio no final das compras.

 

E não me digam para segurar o miúdo no carrinho das compras, que vos garanto (por experiência própria) que estes artigos que referi, para além de serem acessíveis desde o chão, também estão estrategicamente colocados à altura dos braços dos putos sentados nos carrinhos.

 

Para além do leitor de código de barras, mais vos vale aplicar também um ecógrafo ou uma máquina de Raio-X à saída para cobrar o que vai na barriga dos pimpolhos.

Capture.JPG

*Montagem feita com imagens retiradas do Google

11
Mar19

Portugueses pelo mundo

Hoje vinha para o trabalho e ouvi na radio um anuncio que me fez partir o coco a rir. Uma companhia de aviões lowcost estava a anunciar viagens para alguns destinos franceses a preços de chuva. Então o anuncio consistia num português em França a falar françuguês. Ouçam, está top! Entretanto vim no caminho a pensar e isso fez-me lembrar algo...

 

Caríssimos portugueses poliglotas que vamos pelo mundo a pensar que falamos todas as linguas e mais alguma. Como vos ei de dar esta noticia?

 

Falar espanhol não se trata de colocar a palavra “lo” antes de qualquer nome, nem se trata de falar português com um sotaque olé. Não é por dizerem “lo coshe”, “lo televison”, “lo tortilha” que vão saber tocar castanholas e ter o flamenco a correr no vosso sangue. Por favor continuem a falar na vossa língua madre. Ou então façam "lo" desenho. Gracias.

 

Falar francês não se trata de terminar as palavras com a letra "e" e colocar acento em todas as últimas silabas. Fazè um desenhé, sil vous plait. Merci

 

E o mesmo se aplica às restantes linguas. Valeu o esforço, mas por vezes um lápis, uma caneta e uns gestos bem feitos conseguem resultados mais rápidos...

images.jpg

 

*Imagem retirada do Google

08
Mar19

Saudade #1 - Caminho de Santiago

A maternidade é linda e blá blá blá e é só love e tal e coiso. Mas porra, há coisas que ficam de lado (pelo menos nestes primeiro tempos em que eles são tão pequenos) que deixam imensas saudades. E hoje, porque sim, porque me apetece, saiu um relato mais pessoal com cheirinho a melancolia.

 

Que saudades daquele Caminho, daquela liberdade, de pertencer ao mundo e não pertencer a nada, de ver o sol acordar enquanto caminho mais uns km´s, de me cruzar com as mesmas pessoas no caminho e cumprimentá-las como hoje em dia os vizinhos não se cumprimentam, de pensar que a vida é aquilo, aquela pureza, aquela simplicidade.

 

Fiz o caminho duas vezes, diferentes percursos, diferentes vistas e diferentes vivências. Fomos em casal, qual galo e galinha, e foi sensação de plenitude e de amizade total.

 

O primeiro caminho foi excecional. Senti uma liberdade que nunca antes tinha sentido (e um cansaço nos joelhos too). Aquela sensação de desapego dos bens materiais, das preocupações e das insignificâncias que nos sufocam. Apanhamos chuva até dizer chega, cobrimos as botas com plástico de cozinha e com fita isoladora para reforçar a impermeabilidade e fomos lanchar de chinelo de dedo (é preciso ver que continuava a chover) para arejar os chulés.

 

Dormimos em Albergues em ano de Jubileu (o que é a mesma coisa que dizer que estava apinhado até ao teto e que o cheirinho a roquefort reinava nos corredores). Dei pontapés ao gajo do beliche ao lado para parar de ressonar. Dormimos em hotéis e tomamos banho de imersão. Dormimos numa casa onde havia um casal num quarto próximo que achava que não tinha feito atividade suficiente durante a caminhada e precisou de continuar o exercício pela tarde fora (como é que eles conseguiam pá? Eu não tinha força nem para matar um mosquito! São os meus heróis).

 

Achávamos que íamos perder peso por caminhar aqueles km´s todos, mas a fome era tanta que se bem me lembro não baixei um grama na balança. Achávamos que íamos bem preparados e que levávamos pouca coisa, mas fomos deixando coisas pelo caminho e ainda fomos comprar mais roupa para nos abrigarmos da chuva.

 

Amamos a experiência e decidimos voltar uma segunda vez.

 

Neste segundo Caminho exageramos nos km´s/dia, ficamos todos lixadinhos dos pés, dos joelhos... Dormimos em Albergues onde não havia ninguém, no meio do nada, onde ficamos às escuras só com a iluminação de emergência acesa. Subimos muitos montes, rimos muito, inventámos histórias de vida para as personagens que encontrávamos no caminho, mudamos de caminho por causa de um cão que ladrava muito, caminhamos ao pé das torres eólicas, levamos com muita chuvinha na tromba. Chorei e questionei que raio me tinha passado pela cabeça para gastar as minhas férias a fazer aquele sacrifício. Cansada, a km´s de distância do albergue mais próximo, disse que não me metia em mais nenhuma aventura destas.

 

Pois agora, acreditem que repetia e repetia e voltava a repetir. E logo que os pimpolhos cresçam um bocadinho lá irei rumar para uns dias de caminhada, de introspeção, de tudo e de nada. E quando eles crescerem mais um pouco hão de ir comigo, nem que tenha que levar um atrelado para os carregar!

 

IMG_20140425_085320.jpg

*Imagem retirada do meu próprio traseiro durante o caminho

01
Mar19

Por falar em Carnaval...

mas quem é que inventou esta merda? Hoje lá tinha o fato de policia a postos, bainha feita e capacete pronto. Toca a vestir, ai que lindo e tal, afinal da comichão no pescoço, afinal as calças apertam, afinal o capacete arranha o queixo, afinal já não quer o fato, viro as costas e tira-o fora! Que pariu!

 

Eu a respirar fundo, a pensar no dia inteirinho que tive que trabalhar para pagar aquel fato arraçado de esfregão da loiça, a tentar utilizar a parentalidade positiva. Os teus colegas vão adorar ver-te, digo eu, vais ser o sr. policia, e tal e coiso. Continua a não querer o fato e a mandar-me passear.

 

Mudo o chip, farto-me daquela treta, digo simplesmente ao pai para enfiar o fato num saco que vou levar para um menino que gostava muito de se mascarar de policia. Afinal já quer o fato, veste o fato, já não da comichão, já não aperta e já não arranha o pescoço.

 

Mãe à minha moda 1 - Parentalidade positiva 0

 

...posso mascarar-me de urso e hibernar até à Primavera?

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*Imagem retirada do Google

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