2018...

Podia falar da gravidez, do parto, do mano mais velho e a evolução com um novo mano, do regresso ao trabalho, da entrada na creche, das maleitas, da relação a dois com dois filhos, dos desafios, dos sonhos... 

Mas sei que vocês percebem o meu estado de espírito depois de uma noite a acordar de hora a hora, ansiosa que chegue a hora de dormir de novo. 

Por isso não vou chatear-vos com resoluções de ano novo nem mega resumos do ano que está a terminar. Mas não podia deixar de fazer um balanço de 2018 visto que é o último dia do ano:

2018 foi um ano de muito açúcar e pouco sono.

Vamos ver se para o ano a relação inverte!

Gostava de escrever um post feliz, que salientasse os bons momentos e as anedotas que passamos este Natal.

Gostava de escrever a dizer que o mano mais velho me encheu o coração com a inocência dele acerca do Natal, a contar-me que queria ter dado um beijinho ao Pai Natal, que o Pai Natal é amigo, mas foi embora demasiado rápido pela chaminé e nem chegou a vê-lo.

Gostava de falar sobre as fotografias que encontrei na máquina, tiradas pelo mano mais velho: eu a dar o remédio ao mano mais novo, o pai e o avô no sofá, o pai de pijama à porta da sala, eu na sanita (esta não era para contar!).

Gostava de dizer que estou feliz porque ontem passamos um dia muito tenso e angustiante por causa do mano mais novo estar doente e finalmente hoje a medicação está a fazer efeito e voltou de novo o bebé bem disposto que tanta companhia nos faz.

Gostava de contar a modo de anedota que o mano mais velho estava a portar-se mal e fingimos um telefonema do Pai Natal zangado e ele disse que se ia portar bem “uma vez”.

Gostava de dizer que de manhã quando acordamos o mano mais velho quis abrir a janela para ver se “já era de dia não ou sim”.

Mas não consigo...

Hoje tive que tomar a decisão de não ir ao almoço de Natal com os pequenos, os tios e os primos em casa dos avós pelo bem da saúde do mano mais novo. Apesar de todos os bons momentos agora só sinto o pesar de não estar a fazer parte do almoço de Natal do mano mais velho. Não pensei que fosse tão difícil, afinal é só um almoço, e é só um dia, e é só este ano..

E isto custa pra caraças.. 

Queridíssimo lindo fofinho amigo Pai Natal. Este ano juro que me portei mesmo mas mesmo muito bem. 

Será que ainda vou a tempo de pedir uma prendinha assim muito linda e muito fofinha?! 

Será que podes oferecer-me uma merdinha de umas seis horinhas de sono seguidinhas?! 

*Imagem retirada do Google

Hoje vi esta figura de presépio numa loja de artesanato e arte urbana.

Fiquei escandalizada. Será que o pediatra do menino não alertou a mãe para o perigo de dormir nesta posição e a relação com o síndrome de morte súbita? Já não vou conseguir descansar em condições.. 

*Fotografia tirada pelo meu rico telemóvel

Portugal que se prepare que nesta casa está em formação o mais jovem sucessor do Presidente da República.

Depois de deitar, ler três histórias e estar de luz apagada ceca de dez minutos, o mano mais velho declara “mamã, já dormi muito. Não quero dormir mais”.

Ora pumbas! Diga lá Professor Marcelo se consegue bater isto!! 

*Imagem retirada do Google

Parece que sim...

Este Natal eu disse que não queria andar a comprar prendas no dia da consoada, nem queria andar a comprar comida no fim de semana em que todos iam às compras.

Só que não...

De há semanas para cá ando a pensar que devia ir às compras, que devia adiantar as coisas, embrulhar as prendas e preparar tudo sem que o mano mais velho veja. Anda tão perspicaz que qualquer prenda embrulhada ao pé dele era estrago certo!

Só que não...

Entretanto o pai disse que ia estar de férias quinta e sexta feira. Pumbas! Problema resolvido! Vai ele às compras! 

Lista de prendas pronta, lista de compras de comida feita. Tudo a postos para evitar um fim de semana no centro comercial.

Só que não...

Mano mais velho fica doente. Azar do caraças, toma lá que não há compras para ninguém. Pai de férias fica em casa a tratar do paciente e mãe a puxar os cabelos a sonhar com o fim de semana que ai vem.

Para o ano vai ser diferente..

Sabes que não andas a nadar em dinheiro quando, depois de passares a vida toda a ouvir que matar uma aranha trazia azar financeiro, das por ti com um lenço na mão de cu virado para o ar a tentar apanhar a aranha que apareceu no Hall de entrada para tentar salvar-lhe a vidinha e mandá-la de volta para casa dela.

Agora que penso no assunto.. depois de a apanhar atirei-a pela janela.

Espero que as aranhas venham equipadas com paraquedas.

*Imagem retirada do Google

Na sala do mano mais velho estão a abordar a partilha e a desenvolver atividades para que entendam o conceito.

Ficas a saber que o teu filho assimilou o significado de partilha quando deixas os dois manos na sala (o mais novo a baloiçar na espreguiçadeira e o mais velho a ver televisão), das um pulinho rápido à cozinha, o mano mais velho vem chamar-te para ires à sala, leva-te à espreguiçadeira onde está o mano a baloiçar (desta vez cheio de brinquedos até aos olhos) e todo orgulhoso te diz:

- vês mamã? Partilhei!

Estamos a fazer um puzzle onde aparece um menino na praia. O mano mais velho diz que esteve na praia ontem. Eu digo que foi no verão, nas férias. Explico que agora não podemos ir à praia porque está frio, o inverno está a chegar. Ele levanta-se e desaparece no corredor.

Passado um bocadinho vem com a mini-cadeira às costas (aquela multifacetada que já serviu de cesto de bolas de berlim e de arma no motim que se deu lá em casa). Coloca a cadeira na parede junto à janela e pergunto o que vai fazer. Resposta:

- Vou ver o frio.

Sobe à cadeira, vira-se para mim e diz:

- Olha ves! Está frio.

Passado dois minutos de estar a olhar lá para fora para o escuro, digo-lhe para vir acabar o puzzle. A resposta é:

- Agora não posso, estou a fazer outro trabalho.

E pronto, fiquei sem resposta e acabei o puzzle sozinha...

Estamos a entrar na garagem quando nos cruzamos com um vizinho que está a sair com o carro e que deixa o portão aberto. O mano mais velho fica indignado e diz:

- O homem deixou o portão aberto.

Da janela vemos os senhores da Câmara a cortar a relva. Ele adora vê-los a trabalhar e quando não há nenhum jardineiro por lá pergunta sempre pelo "homem da relva".

Mano mais velho vai à consulta. Vai à casa de banho e acaba o papel das mãos. Quando sai da casa de banho, vai todo lampeiro ter com a senhora da receção e diz:

- Oh menina! Acabou o papel na casa de banho.

Dentro da consulta, está a fazer um desenho. Faz meia duzia de riscos e vira-se para a médica:

- Oh menina! Olha! Já está.

Conclusão: para o mano mais velho só existe o gênero "menina" e "homem". Se formos ver o lado positivo desta designação, as mulheres são sempre jovens aos olhos do meu filho.