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A galinha da vizinha

A galinha da vizinha

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10
Ago19

De férias e a exercitar os glúteos

Quem é que é da opinião que ir de férias é passar o dia de papo para o ar e não mexer nem uma palhinha?

 

Pois experimentem ter filhos e ir de férias com eles. 

 

E para além disso, quem é da opinião que férias é para esquecer dietas e exercício físico?

 

Para além de ir de férias com os filhos, experimentem que um deles fique fechado sozinho no elevador.

 

Pois estava eu com os dois no patamar do terceiro andar onde estamos a passar férias. Como de costume, estava a apertar o mais novo no carrinho, a pendurar a mochila, confirmar que tinha as chaves, o telemóvel, as fraldas, as bolachas Maria, água, o protetor solar e no meio disto tudo o testamento para quando me desse o chilique..

Neste período todo, o mais velho estava a carregar incessantemente no botão do elevador. Ora abria a porta, ele entrava, saia, fechava porta. Carregava no botão e volta o exercíciosinho do entra e sai e carrega outra vez. Na vigésima terceira vez, o elevador fecha-se quando ele salta lá para dentro e adeusinho que lá vou eu dar uma volta pelo edifício. 

 

Primeiro pensamento meu: "alguém chamou o elevador e vai para o andar onde foi chamado".

 

Aos gritos no prédio, começo um diálogo com ele a perguntar se a porta está a abrir. Ele diz que não e eu começo a percorrer os andares acima e abaixo a ver se vejo o elevador. 

 

Continuo a perguntar se a porta abre, a pensar em qual dos andares terão chamado o elevador. Mas ele diz que a porta não abre e começa a chorar. Toca a subir e descer novamente aos gritos com ele para ter calma, não esquecendo que tenho o mais novo sentado num carrinho sozinho no terceiro andar.

Chego ao rés do chão pronta para pedir ajuda quando vejo pela frincha da porta a luz do filho da mãe do elevador a passar por mim para cima. Subo os andares todos a ver se o apanho até que chego ao terceiro e vejo a porta abrir-se com o meu rico filho la dentro.

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Com glúteos doridos e toda a boa vontade do mundo, deixo-vos as seguintes dicas:

- quando os elevadores ficam todos baralhados por causa de criancinhas como o meu filho, vão ao ponto de referência para zerar o sistema, que neste caso era a garagem. Se tivesse sabido isso de inicio, tinha evitado uns quantos sobe e desce.

- o miúdo desde que viemos de férias que achou piada carregar no botão 3 porque era o mesmo número da idade dele e então carrega sempre quando entramos no elevador. Graças a esta brincadeira carregou no três quando estava preso no elevador e conseguiu sair da embrulhada.. Orgulho mai'lindo da sua mamã! (depois de me tirar anos de vida..)

 

E no meio disto tudo acho que deve estar a ser preparado um arraial aqui na zona para quando nos formos embora, para celebrar a nossa ausência!

09
Ago19

Sem querer fazer publicidade, as nossas chupetas são as mais high tech

Apresento-vos a última e maior revolução tecnológica! As novas chupetas de lítio fast charge.

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Funciona como um power bank. Mal o mais novo enfia aquilo na boca, no espaço de 3 minutos passa dos 2% aos 78% de energia.

 

Substitui uma sesta de meia hora e pode ser usada em qualquer lugar ou circunstância.

 

Atenção!

- Não usar quando os pais estão num estado de desgaste extremo.

- A sua utilização pode viciar a bateria da criança. 

08
Mai19

Teatro Sá da Galinha apresenta...

O meu filho tem uma imaginação daquelas mesmo dramáticas. Conseguia fazer um argumento para um filme classificado como super-drama assim em três tempos. E também podia ser o protagonista, porque ao contar a história faz estalinhos com a língua, encolhe os ombros, torce os lábios, franze o cenho, faz o beiço... Enfim, toda uma peça de teatro!

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O pequeno tem ficado desconsolado todas as manhãs no infantário. Começa a fazer beicinho mal vê a entrada do infantário e chora que se mata ao chegar ao salão onde são acolhidos os filhos dos madrugadores como eu que têm que chegar ao trabalho às 8h. Felizmente nesse bocadinho ficam os dois juntos no mesmo espaço, até que cada auxiliar os leva mais tarde para as respetivas salas. Então deixo sempre o recado ao mano mais velho para ficar um pouco ao pé do irmão e tentar brincar com ele até ele se acalmar.

 

Ontem lembrei-me de perguntar ao mais velho como estava a correr o processo. 

- O mano chora muito depois da mamã ir embora?

Depois de franzir o cenho e de um chiscar de língua diz-me: - Sim

- E tu ficas com ele um bocadinho?

- Sim, mas depois vou brincar.

- E a X (auxiliar mega fofinha que fica com eles) depois cuida do mano?

- Sim. 

Entretanto vira a expressão para susto/acontecimento muito importante e diz-me:

- Mas o mano trilhou o dedo na cancela.

 

A cancela é uma barreira que existe na porta do salão para poderem ter a porta aberta e os meninos não fugirem. Eu já estava pronta a levantar-me para ir ver a mão do pequeno, se tinha alguma marca, já a começar a imaginar a gritaria e o desconsolo dele depois do acidente. Lembrei-me antes de perguntar:

 

- E alguém ajudou o mano depois dele se magoar, filho?

- Sim.

- Quem foi?

- Os bombeiros, a policia... (no meio disto um encolher de ombros e cara de pesar).

 

Aprendizagem: Para a próxima tenho que aguardar um pouco mais pelo fim da história antes do coração começar a bater muito depressa.

 

E sobre a conversa que ontem aqui contei, hoje o rapaz continuava muito preocupado com o meu descanso. Ao chegar à escola, perguntou-me novamente se no meu trabalho eu não tinha cama e se dormia de pé. Deve estar com medo que o meu chefe me encontre a dormir à frente do pc!

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07
Mai19

Esta vida de adulto, está a dar cabo de mim! Tralaralaralaralaralaralari..

O mais velho anda a descobrir o poder da conversação, da interrogação, da negociação.. Que é como quem diz, anda a descobrir o poder de se deitar na cama e ter vinte mil temas para conversar antes de dormir, ou interromper duzentas vezes a história que estou a ler porque quer contar alguma peripécia, ou perguntar por que a tudo, ou responder não a quase tudo, ou tentar ser engraçadinho e responder torto aos pais.

 

Tenho que confessar que acho imensa piada este modo de dialogo novo para mim, este desenvolver do discurso, aquelas palavras e expressões mais rebuscadas, o inventar de histórias. Mas às vezes é difícil acompanhar e dar resposta a tudo. Ultimamente tenho tido muita dificuldade em responder a questões relacionadas com a vida de adulto, nomeadamente a vida de trabalhador. Ora tentem lá explicar-me como é que se reage a estes cenários.

 

Cenário 1:

De noite, na casa de banho, a preparar-nos para ir dormir.

O mano mais velho vira-se para mim e pergunta, como de costume, se no dia seguinte é dia de trabalho e escolinha.

- Sim filho, amanhã é dia de trabalho e de escolinha.

- Mamã, por que é a há tantos dias de trabalho e de escolinha? São muitos!

 

Cenário 2:

De manhã, de carro, a ir para a escola. O mais novo abre a boca a bocejar e digo eu:

- Vês, o mano está cheio de sono. Vocês acordaram muito cedo e agora estão cansados e cheios de sono.

- E tu estás cansada?

- Sim filho, estou muito cansada também. Vocês depois vão dormir a sesta na escolinha mas a mamã vai trabalhar e não pode dormir a sesta.

- Não tens caminha no trabalho, mamã?

- Não filho, não há camas.

- Dormes de pé, mamã?

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03
Mai19

Sim, ainda aqui andamos..

Tem havido peripécias, têm sido dias preenchidos e lembro-me de cá vir escrever e contar muita coisa que me vai passando pela cabeça e que vai acontecendo. Mas o cansaço tem sido taaaaanto, senhores. Não sei que raio se passa aqui com a je mas falta-me tempo, inspiração, energia..

 

Mas hoje o sol espreitou com força e isso deu-me algum alento extra, apesar da noite filha da putice que tive com o mais novo... Mas posto isto, vamos lá ver se recuperamos o tempo perdido.

 

O miúdo mais velho fez anos, estive de férias para preparar a festa, ir às compras, separar as roupas de inverno e de verão, ficar com eles em casa (com os dois e com chuva lá fora!) enquanto evitava o colapso do apartamento onde moramos, dormir uma soneca num dia em que os levei ao infantário..

 

Eu, mãe desnaturada, me confesso. Ressonei e não fiz um peido nesse dia, que também dizem que faz parte da maternidade... Há uns anos atrás chorava a rir se alguém me propusesse tirar férias e ficar in situ, sem avião para apanhar ou escapada para fazer. Hoje choro só de imaginar um dia de férias com a cama à minha espera.

 

O miúdo mais novo vai fazer anos. Vai levar com os restos do aniversário que passou e com os convidados cheios de vontade de repetir dose, do tipo "estou a ter um deja vú ou já vivi esta cena com as mesmas pessoas há uns dias atrás?". Como os meus colegas dizem, agora só faltava o terceiro que por aí viesse fazer anos no meio destas duas datas! Só que não, não vai haver terceiro.

 

Entretanto o cansaço foi e veio, e voltou a vir, e as maleitas roubaram-me mais umas horas de sono, mas pronto. Tirando isso, já passou a Páscoa, já falimos com tanta prenda e tanto aniversário, já sobrevivemos ao açúcar extra das festas e dos restos das festas e dos restos dos restos das festas. Vamos vivendo com umas birras de manhã, outras de tarde, outras de noite. Vamos lidando com feitios daqueles potentes que nos deixam prontinhos a hibernar até à primavera do ano que vem. Vamos aprendendo e vamos descobrindo, e agora vamos mas é aproveitar o fim de semana de sol que estes miúdos precisam de vitamina D e de gastar muita energia para dormir umas belas sestas, que os papás também querem aproveitar esses bocadinhos para aterrar no além.

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16
Abr19

Lição de moral

Estava eu a adormecer o pimpolho mais novo. Ele não estava a colaborar e aquilo estava a demorar mais tempo do que o costume. 

 

O mano mais velho queria ir ao quarto buscar um carro, e o pai não o deixava para não fazer barulho. O teimoso lá se escapou e abriu a porta do quarto, foi direitinho ao carro que queria, pegou nele, foi embora e encostou a porta sem incomodar nadinha. Mal encosta a porta, o pai chega pronto a refilar com ele e ouço o pequeno, cheio de moral, virar-se para o pai e dizer: 

 

- Custou muito, papa? Custou?!

 

Imagino aquele cenho franzido cheinho de razão e o dedo a apontar ao alto, a desarmar qualquer tipo de parentalidade que o pai estivesse pronto a aplicar.

 

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09
Abr19

Ervilhas tortas não, tortíssimas

Alguma alma caridosa me esclarece como posso preparar estas ervilhas tortas aka. ervilhas de quebrar sem ter que tirar as férias anuais e ainda pedir licença sabática para remover os p***s dos fiozinhos laterais? E não me digam para os deixar estar porque aquilo enfia-se pela goela abaixo e fica naquele limbo entre a boca e o estômago..

 

É nestes momentos que recordo saudosamente a empregada que tirava as grainhas das uvas à Carolina Patrocínio..

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Por falar na empregada da Carolina Patrocínio.. A senhora até deve estar à procura de novo emprego, não?

 

Nas minhas últimas idas às compras tenho constatado que estão na moda as uvas sem grainha. Só me resta concluir que a senhora foi para o desemprego por extinção do posto de trabalho.

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08
Abr19

E o Óscar vai para...

Já lá vai o tempo em que seguia as novidades cinematográficas, em que acompanhava à sexta-feira o suplemente cultural de um conhecido jornal, em que estava a par dos últimos filmes independentes e devorava tudo o que havia para ver.

 

Já lá vai o tempo em que conseguia ver um filme do inicio ao fim no mesmo dia, em que não dividia o filme numa série de dez episódios, em que não esquecia o que tinha visto passado duas semanas de concluir o filme. 

 

Já lá vai o tempo em que tinha tempo para demorar mais tempo a ver trailers e escolher o filme, do que a vê-lo (que trocadilho, eihn?!).

 

Mas esta semana algo aconteceu.

 

O mano mais velho não dormiu em casa uma das noites, o mano mais novo estava com sono e foi dormir, pai não estava em casa e mãe, cheia de saudades de uma sessãozinha de cinema, armou-se em corajosa e escolheu um filme para ver.

 

Ainda era cedo, dava para ver grande parte do filme antes de cair num sono profundo, mas não era tão cedo ao ponto de poder demorar duas horas a escolher o filme. A paciência para filmes muito técnicos era pouca, pelo que algo se deu aqui no tico e no teco e a escolha recaiu sobre uma comedia romântica.

 

Primeiros quinze minutos cliché e tal, de repente há uma peripécia da protagonista que deita tudo a perder. Mais vale andar para a frente cinco minutos, depois mais cinco, depois outros tantos... Mas não quero desligar sem perceber o que aconteceu. Pronto, avanço diretamente para ver o fim. Ah! Afinal foi isso! Grande porcaria de filme.

 

Continua a ser cedo, decido dar oportunidade a outro. Comedias românticas não, por favor. Escolho uma biografia, normalmente tema muito apreciado sobretudo se a história decorrer nos anos 70´s/80´s. Parece-me bem, deixo-me envolver pela história, ou pelo menos tento. Não da, não há envolvência possível. Que grande seca de filme. Uns cinco minutos para a frente, mais outros tantos. Mas quero saber o que acontece no fim. Ah! Pois, que final de caca. Ninguém merece.

 

Pego mas é no livrinho que tenho em mão e mantenho a iliteracia cinematográfica até os filhos tirarem a carta de condução e ter tempo novamente de ver trailers e fazer alguma pesquisa antes de decidir qual filme ver.

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07
Abr19

Limpeza a fundo

Hoje de manhã estou a adiantar algumas comidas para a semana. Na cozinha, ao pé de mim, está o mano mais novo sentado na cadeira da papa a comer um pedaço de pão.

 

Entretanto, sem me ter apercebido, aconteceu uma explosão nuclear de migalhas de pão e mal me viro para trás está o pequeno coberto por uma camada de pão.

 

Vou buscar o aspirador, aspiro o chão, o tabuleiro da cadeira da papa, e o que consigo sacudir da roupa do pimpolho. Como ele adora o aspirador, começa a dar guinchinhos e quando acabo de aspirar lá lhe deixo o tubo em cima da cadeira para ele brincar.

 

Continuo a mexer nas comidas, vejo que aparece o mano mais velho e conversa com o mais novo. Ouço dizer "olha mano!". Ouço o barulho do aspirador. Ouço o mais novo a chorar-gritar-desesperar e viro-me em pânico.

 

Está o pequeno com o tubo enfiado dentro da boca até às goelas e o aspirador a sugar as entranhas. Primeira coisa a fazer é desligar o aspirador. Mas não, estou desorientada e puxo o tubo. Numa questão de segundos passo de estar tranquilamente a adiantar a sopa a estar a fazer uma lavagem ao estômago do meu filho. Tendo em conta que ainda não tem nenhum dente, talvez este acontecimento tenha dado um empurrãozinho e em breve tenhamos dentuças a nascer. 

 

E pouco faltou para ter que abrir o aspirador e ter que o procurar no saco junto à meia e ao lego que foram sugados num dia algures no tempo.

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05
Abr19

A origem dos alimentos

Conversas matinais...

 

- Hoje está a chover. O parque vai estar molhado, por isso não devem poder ir brincar lá fora.

- Por quê?

- Por que está a chover, filho.

- Por quê?

- Por que as nuvens ficaram cheias de água. Depois rebentaram e a água começou a cair em gotinhas, que é a chuva que vemos.

- Por quê?

- Por que é importante chover.

- Por quê?

- Por que as flores precisam de água para crescer.

- E as "lalanjas"?

- Sim, também precisam de água. Tudo o que está na terra precisa de água para crescer.

- As alfaces?

- Sim, também as alfaces.

- E os mirtilos?

- Sim, também os mirtilos.

- E também o feijão verde?

- Sim, também o feijão verde.

- E as batatas fritas?

- ...

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